Dessecação pré-colheita: prática pode ser bastante eficaz sem diminuir o rendimento da lavoura

Especialista comenta sobre a importância do procedimento para promover a uniformidade na maturação dos grãos de soja e melhorar a qualidade da produção

A dessecação pré-colheita da soja é uma prática importante para os sojicultores, pois promove a uniformidade de maturação e umidade da cultura da soja antes da colheita. Isso permite uma colheita mais fácil e eficiente, pois a secagem da soja e o controle de plantas daninhas aumenta o rendimento operacional do maquinário, evitando o “embuchamento” promovido por hastes e folhas verdes. Ao dessecar as lavouras de soja, os agricultores também podem obter sementes de maior qualidade, pois os grãos terão um menor teor de umidade, evitando danos mecânicos e facilitando processos de secagem, armazenagem e transporte. Isso pode resultar em maiores taxas de germinação de sementes e melhor viabilidade das sementes. O uso da dessecação pré-colheita também permite que os agricultores programem sua colheita no momento mais conveniente para eles, sendo que a dessecação pode antecipar a colheita em até cinco dias em média, facilitando a logística e a operacionalidade da colheita da soja e semeadura do milho segunda safra em algumas regiões do Brasil.

O estágio ideal para a dessecação pré-colheita da soja varia dependendo da cultivar específica e das condições de crescimento. Em geral, a dessecação deve ser realizada quando a soja atingir o estágio de maturidade fisiológica, ou seja, quando as folhas começarem a amarelar e as vagens atingirem o tamanho máximo. Isso ocorre normalmente quando cerca de 80-90% das folhas estão amareladas e a umidade das sementes está em torno de 30-35%. 

Nesta etapa, a soja terá atingido seu potencial máximo de rendimento e o processo de secagem pode começar. Uma boa referência para esse ponto é quando as sementes de soja estão desprendidas das vagens, o que geralmente ocorre em R7.3.

 

Realizar a dessecação antes desse estágio de desenvolvimento pode gerar perdas de até 25% de produtividade, pois os grãos podem não estar completamente desenvolvidos. Um dos herbicidas mais utilizados para a dessecação pré-colheita da soja nos dias de hoje é o Diquat, um herbicida de contato de ação rápida, inibidor do fotossistema I, o que significa que funciona matando o tecido vegetal com o qual entra em contato.

O Diquat é considerado um herbicida de ação rápida, o que o torna útil para a dessecação pré-colheita, pois pode secar rapidamente as plantas de soja. Por ser um herbicida inibidor do fotossistema I, o Diquat é altamente dependente da luz para o seu funcionamento, o que significa que ele interfere na capacidade da planta de produzir energia por meio da fotossíntese. Aplicar o herbicida no final da tarde e à noite, quando a “fase luminosa” da fotossíntese é menor, pode aumentar sua eficácia, assim como reduzir perdas por deriva e volatilização. Ao utilizar essa técnica de aplicação noturna de Diquat, deve-se atentar para as condições climáticas do dia posterior, pois se o dia amanhecer nublado a eficiência do Diquat pode ser comprometida, portanto, sempre deve-se seguir as orientações de um profissional habilitado e as recomendações dos fabricantes.

Outra forma de se aumentar a eficácia do Diquat é com a utilização dos óleos minerais. O BRANDT TriTek é um óleo mineral de formulação exclusiva da BRANDT, com tecnologia americana de emulsão inversa. O TriTek ajuda a aumentar a penetração, distribuição e cobertura dos herbicidas nas plantas de soja, resultando em uma dessecação mais consistente e uniforme. A tecnologia de emulsão inversa do TriTek facilita a emulsão do óleo em água e a formação da calda de pulverização, garantindo maior estabilidade de calda, promovendo assim uma melhor uniformidade de distribuição dos ativos na área durante a dessecação.

O TriTek é compatível com a maioria dos herbicidas e auxilia na atividade do herbicida, aumentando a quantidade de princípio ativo que é absorvido pela planta. Também ajuda a promover uma maturação e secagem uniformes das lavouras de soja antes da colheita, o que permite uma colheita mais fácil e eficiente.

Autor: Vitor Muller Anunciato é Doutor em proteção de plantas e Técnico de Desenvolvimento de Mercado em Tecnologia de Aplicação na BRANDT do Brasil